segunda-feira, 30 de abril de 2012

LIXO OU RESÍDUO?


Sabe a diferença entre lixo e resíduo?

Não parece importante para você discutir sobre isso? Entendo.

Porque discutir sobre algo que diz respeito a mesma coisa? Talvez você pondere.

De fato, muitas vezes nos referimos a mesma coisa usando qualquer uma das duas palavras e, apesar disso, somos compreendidos. Sendo assim, não haveria de ser um problema suas  definições.

No entanto, as coisas não são tão simples assim! A forma como entendemos e empregamos as duas palavras e seus respectivos significados, poderão definir o sucesso de muitos programas ambientais e de nossos esforços na busca pela sustentabilidade ambiental.  É isso mesmo!

Difícil de acreditar? Então acompanhe.

A palavra lixo tem conotação pejorativa, ou seja, relaciona-se àquilo que não tem valor ou importância. Aliás, muitas vezes a usamos quando queremos demonstrar desprezo, repulsa e insatisfação.  Resíduo, no entanto, é definido como aquilo que resta ou sobra de um determinado procedimento ou processo.

Perceberam a diferença?

Resíduo pode ser aproveitado. Sobrou aqui, mas ali poderá ser usado! Lixo não!

Lixo não servirá para mais nada, para mais ninguém!

Na verdade a diferença está em como encaramos a possibilidade de algo ser reutilizado, reaproveitado ou reciclado! Pense nisso!

Um abraço e até breve!
Susi Uhren 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

POR QUE VOCÊ TEM UM CARRO 'FLEX'?


                Provavelmente porque te dá opção de escolha. Não é verdade?

                Mas, essa escolha normalmente envolve questões econômicas e não ambientais. Também é verdade, não é mesmo?

                Longe de querer discutir questões econômicas, a pergunta apenas nos leva a uma reflexão importante relacionada ao meio ambiente, principalmente o ambiente urbano, tão repleto de automóveis e seus reflexos.   O etanol polui menos e provém de fontes renováveis, mas nem sempre é a opção mais barata, sendo assim o combustível mais poluente vencerá essa batalha. Claro que existem exceções!

                Quero destacar com isso que o aspecto econômico é um fator importante e decisivo para o sucesso de projetos relacionados a melhoria das condições ambientais.  Por mais simples que seja, se não houver a preocupação com os custos envolvidos e um bom planejamento, não terá êxito.

                Muitos ainda se lembram dos tempos de crises econômicas sucessivas e inflação sem controle. Alcançamos a estabilização da moeda e muitos experimentam maior poder de compra, somos uma sociedade em ascensão e a questão econômica impera, comandando diretrizes e decisões. Desta forma, nossos esforços na busca por melhorias devem considerar esse momento e essa condição.

                Sem dúvida que é uma tarefa difícil conciliar as coisas, além disso, haverá momentos que, apesar dos esforços, os custos pela degradação do meio ambiente terá que ser pago de qualquer forma, de qualquer jeito! Temos que estar cientes disto! 
                Ah! Eu também tenho um carro ‘flex’!


Um abraço e até breve!

Susi Uhren

quinta-feira, 19 de abril de 2012

CRÔNICA DA SEMANA...

A natureza precisa de oportunidades. 






UMA FLOR, UM SORRISO




                A pressa era tanta que mal ouviu o barulho do pequeno vaso arremessado ao chão quando tocado por sua bolsa. Trancou a porta e correu para não perder o elevador que estava parado naquele andar por solicitação de seu vizinho. Pegou uma carona.


   Era um pequeno apartamento, mas suficiente para uma estudante que mal parava em casa, afinal além de estudar, trabalhava para seu sustento.  O sol invadia o ambiente e revelava uma pequena camada de pó na superfície dos móveis. O silêncio reinava.

   Pedaços do pequeno vaso espalharam-se e, mais longe ainda a terra seca avançou por debaixo dos móveis formando uma mancha marrom, no centro, uma plantinha murcha resistia.

   Ela não gostava de plantas, ou pelo menos pensava não gostar. Ganhou o mimo da amiga de uma amiga, que convidada de última hora para um pequeno jantar, resolveu fazer um agrado. Resignada, apenas arrumou um canto para colocar o presente, longe dos olhos para que não a incomodasse e, de alguma forma não clamasse por seus cuidados.

              Já era noite quando a porta se abriu, entrou e logo sentiu debaixo dos pés a textura de algo diferente,  acendeu a luz e se deparou com o ocorrido. Suspirou profundamente como que procurando forças para mais uma tarefa, depois de tantas naquele dia.

         O cansaço a impediu de maiores cuidados, apenas recolheu a terra junto com a pequena plantinha e, de qualquer forma, colocou no primeiro pote que alcançou. Nem sabia por que fazia aquilo, seria tão mais fácil jogar tudo no lixo, mas a regra algum dia imposta de que presente não se joga fora, falou mais alto.

            Arrumou um lugar qualquer na pequena varanda e largou o pote, longe de seu caminho e de prováveis acidentes.

          O tempo passou e a rotina era sempre a mesma, só não para aquela pequena plantinha que, deixada na varanda passou a receber os cuidados do acaso, hoje chuva, amanhã sol e assim crescia.

           Ela chegou mais cedo naquele dia, entrou, trocou de roupa e esparramou-se no sofá, a idéia era ver um bom filme, mas algo chamou sua atenção, um pequeno ponto de cor vibrante. Levantou-se e foi até a pequena varanda, o colorido tomou forma, era uma flor. Sua cor era tão vibrante que parecia cintilar e exalava um perfume doce e tranquilizante. Por alguns instantes ficou imóvel admirando aquela pequena plantinha e o resultado de sua insistência em sobreviver. Sem perceber  ela esboçava um sorriso.

Susi Uhren
Outono/2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

PENSAR E REPENSAR



            Sabermos reconhecer os aspectos e seus impactos, sejam provocados ou naturais, nos dará a oportunidade de prever ou antecipar possibilidades e evitar dificuldades. Embora esse simples reconhecimento não resolva todos os problemas relacionados ao meio ambiente urbano, saiba que, uma grande parte deles poderá ser evitado!

            Por muito tempo agimos sem medir as consequências de nossos atos. Acreditávamos que os recursos naturais eram inesgotáveis e que a natureza poderia se recompor sozinha. O simples fato de afastarmos do alcance de nossos olhos os problemas ambientais ou, até mesmo virarmos as costas para restos e sobras daquilo que já não nos interessava mais, bastava para darmos o assunto como encerrado.

            Acontece que, os recursos naturais não são inesgotáveis, a natureza precisa de muito tempo para se recompor, quando consegue fazer isso, e virarmos as costas para os restos do que produzimos não é solução. Hoje, todos nós sabemos disso. Todos nós sentimos isso! 

            Então temos que nos habituar a pensar nas conseqüências. Será que preciso de tudo isso, ou posso esperar um pouco e comprar depois? Será necessário levar a caixa se os sapatos serão colocados numa sacola? Será que esse local é apropriado para a construção? Posso usar menos água? Será que usar um outro tipo de material na produção pode gerar mais resíduos? Será que a compra deste equipamento, além de aumentar a produção, trará poluição?

            Existem campos para repensarmos vários aspectos ambientais visando seus impactos, desde as atitudes mais simples do dia a dia até aquelas relacionadas a produção e a industrialização.

            Seja qual for a nossa atividade poderemos repensar vários aspectos que fazem parte de nosso cotidiano. Tenho certeza que ao terminar este artigo você terá uma lista deles. Então, faça isso! Pense, repense, mude e acompanhe os resultados!


Um abraço e até breve!

Susi Uhren 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

CRÔNICA DA SEMANA...

Tendo como inspiração a volta para casa...




TRÂNSITO


Ele chegaria mais tarde em casa outra vez. O trânsito estava caótico, isso já se transformara numa rotina, ontem, hoje e certamente amanhã.
“Ninguém faz nada”, esbravejava em seu interior. Mas, quase que simultaneamente, desculpava o mundo e redimia a todos em sua volta, são vítimas! “Eu também não faço nada!”
“Mudarei essa história, serei eu o herói. Farei protestos! Levarei ao conhecimento das autoridades meu descontentamento e minha fúria, afinal sou cidadão desta cidade! Quem me ouvirá?”
Movimento, a fila andou. A esperança ressurgiu, talvez seja apenas um pequeno entrave a frente, manutenção na pista talvez. “Isso são horas para reparos na pista? Não, talvez seja um carro quebrado. Também, com tanto carro velho circulando, é isso que dá...”
“É, mas pode ser acidente. Meu Deus! Haveria alguém ferido? Ou será que...” Afastou o pensamento mórbido.
A inquietação do espírito dissipou-se, nenhuma de suas expectativas confirmaram-se, apenas excesso de veículos. Percorreu mais cinquenta metros.
Desviou o olhar da longa fila avermelhada à sua frente.
“Nunca tinha reparado nesse edifício...”, pensou.  “Mas, parece que não estava aqui ontem, como essas construções são rápidas! A reforma do banheiro lá de casa parece demorar uma eternidade!”
“O prédio é bonito. Serão dois ou três quartos? Ah! Tem uma janela do outro lado, definitivamente serão três quartos. No mínimo dois carros. Mais pessoas, mais carros... Ficaremos todos sem ter como sair do lugar, nem para frente, nem para trás. Como será a vida, então? O trânsito será mais caótico do que agora. Será isso possível? Depois de caótico seria o quê? Terrível! Maldito!”
“Que inferno! Não anda!”
“É isso: Trânsito infernal! Já tem até o vermelho para combinar! Que loucura!” Pensou, levando as duas mãos ao rosto.
Aquietou-se depois da explosão interna com precipitações estomacais. Há tempos seu estômago dava sinais de problemas.
Ainda pensava nos carros, afinal eram tantos à sua frente. “Porque se fabricam tantos carros? Mas, se não forem fabricados haverá desemprego. Não, nem pensar! Meus pedidos seriam reduzidos pela metade! Não, definitivamente não! Preciso manter as vendas, caso contrário, atrasarei de novo a prestação do carro”.
Olhou ao redor. Pessoas se amontoavam dentro do ônibus ao lado. Espremiam-se e empurravam umas as outras. Muitos de pé, rostos cansados que demonstravam seu infortúnio. “Sabe-se lá a que horas chegarão a suas casas!”
Deu-se por feliz. “Graças a Deus tenho um carro!”
E a fila andou mais cinquenta metros.

Susi Uhren



CONGESTIONAMENTO


(Foto: Levi Bianco/Agência O Globo)



Quem não sofreu ontem com o congestionamento recorde em São Paulo? 
Congestionamento é um aspecto importante, comum no meio ambiente urbano, com inegáveis impactos negativos!


Susi Uhren 

terça-feira, 10 de abril de 2012

INFLUENCIANDO E SENDO INFLUENCIADOS

    Como vimos, nossas ações cotidianas influenciam o meio ambiente e, o meio ambiente nos influencia. A essas ações damos o nome de aspectos.


    Toda ação gera uma consequência, que pode ser positiva ou negativa, relevante ou não. Especificamente, no que se refere ao meio ambiente, chamamos as consequências de impactos ambientais.  As figuras a seguir definem bem essa situação.








    Devemos lembrar que, nem todas as manifestações da natureza são geradas pela ação ou, em resposta às atividades humanas. Algumas delas sempre existiram, outras, no entanto, tem sua intensidade modificada pela interferência do homem, que não deixa de colher os resultados disso.

    Sabe dar exemplos de aspectos e impactos positivos e negativos?  Pense sobre isso. Você se surpreenderá com o resultado!         


Um abraço e até breve.

Susi Uhren

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O QUE É MEIO AMBIENTE PARA VOCÊ?



           

Falar em meio ambiente urbano pode soar estranho para muitas pessoas. Isto acontece porque relacionamos está palavra à natureza. Desta forma, quando nos referimos ao aspecto urbano parece destoar.

Meio ambiente é diferente de natureza! Diz respeito ao que nos cerca, podendo ser urbano ou rural, por exemplo. Neste último caso, a presença de aspectos naturais será marcante.

Em seu livro O Outro Lado do Meio Ambiente, Ávila Coimbra elucida essa questão quando define meio ambiente:

“Estar num meio significa, na prática, estar dentro dele, por ele envolvido, sem definição de limites (...). Ambiente é tudo o que vai à volta, o que rodeia determinado ponto do ser.”
(COIMBRA, 2002) 

Outra definição interessante consta no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, sob o verbete ‘meio’:

m.ambiente (ECO) conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cercam os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciados por eles.

(HOUAISS, 2001 - 1ª edição) 

Sendo assim, para definirmos, com exatidão, que aspectos compõem o meio ambiente ao qual fazemos parte, teremos que olhar a nossa volta, àquilo que nos cerca e faz parte de nosso dia a dia. Referindo-se a isso, Ávila Coimbra concluiu:

“O hábitat por excelência da espécie humana, no mundo moderno, é a cidade”.

Sendo o nosso meio ambiente urbano e desprovido de aspectos naturais, ainda assim merecerá respeito e cuidados, afinal, antes de se tornar cinza era verde e abrigou a natureza em toda a sua essência, matas, animais, rios e nascentes. Mudou, ou melhor, foi mudado para atender nossas necessidades e anseios. Mudemos também para cuidar de tudo o que nos cerca!

Perceberam que a definição do dicionário destaca a influência que o meio ambiente exerce sobre os seres vivos e seres sobre o meio? Este será o nosso próximo assunto!

Um abraço e até breve!



Susi Uhren 



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tendo em conta as condições de que dispõe e na medida do possível, é a natureza que faz sempre as coisas mais belas e melhores. 

(Aristóteles, filósofo grego, 384 - 322 a.C.).

O BLOG

MEIO AMBIENTE URBANO foi criado para tratar das questões ambientais inseridas em nosso cotidiano. Pequenas atitudes que passam despercebidas, ações e reações que, se examinadas com cuidado vão revelar o quanto precisamos aprender e melhorar. Não podemos exigir um mundo melhor, sem antes, melhorarmos a nós próprios!


Tratarei daquilo que vivenciamos nas ruas, dentro das nossas casas, com nossos amigos, colegas e no trabalho. Poderemos discutir juntos! Essa é a ideia, pensar e repensar, buscar soluções e alternativas. Por isso, conto com vocês, seus comentários serão muito apreciados.


Junto com os temas que abordarei, publicarei pequenas histórias, crônicas de minha autoria e produções de pessoas que voltaram sua atenção para questões relevantes, sempre com toques sutis sobre questões ambientais. Talvez você sinta que já passou por aquela situação! Vai perceber que algo poderia ter sido diferente e, se isso acontecer, terei alcançado meu objetivo, que é o de fazer você refletir... Então experimente!!!


Um abraço e até breve!


Susi Uhren